sexta-feira, 30 de novembro de 2007

ARTIGO

Rádio: um elemento transformador do processo educativo:
A experiência da Rádio Faced

Veronica Novis Odebrecht[1]

RESUMO: O rádio, assim como as novas tecnologias contemporâneas, é uma alternativa de mudança do sistema educativo. Ele deve ser um elemento desencadeador de uma nova estrutura pedagógica, colocando o educando como o maior agente do processo educativo, estimulando a sua criatividade e raciocínio. Através da análise da rádio criada na Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, observa-se que a luta por um processo de ensino-aprendizagem democrático, horizontal e participativo já acontece.

Palavras-chave: Rádio, Educação, Transformação, Criatividade, Participação.


As novas tecnologias possuem importante papel no processo pedagógico, já que se vive na então “Sociedade do Conhecimento” e se vivencia, ao mesmo tempo, a reprodução de uma educação tradicional e tacanha. As tecnologias de informação e comunicação podem contribuir bastante para a ruptura de processos pedagógicos pouco estimulantes e que não propiciam a criatividade do educando, pois não colocam o mesmo como produtor de conhecimento. Elas não devem ser enxergadas e empregadas como ferramentas de apoio nas aulas, ou seja, como recurso complementar às explicações do professor; devem e podem ser vistas como algo que chega para transformar a realidade do espaço de ensino-aprendizagem.
O Rádio pode ser um forte desencadeador estruturante para tal revolução educacional. Apesar de ser uma das mídias mais antigas, ele evoluiu, transmitindo ainda mais rápido as informações e sendo veiculado também na internet - a exemplo da Rádio Faced.
Inúmeras instituições acreditam que os projetos de rádios são reducionistas e desnecessários, servindo apenas para os alunos ouvirem músicas e mandarem recados na hora do recreio. Um projeto desse caráter carrega consigo muito mais responsabilidade por parte de todos da comunidade escolar (professores, alunos, funcionários, pais) do que se imagina. A construção da mensagem radiofônica não é uma tarefa simples para o autor, pois exige toda uma preparação de conteúdo e de organização de pensamento, além do cuidado com estruturas gramaticais e seleção de palavras. Todavia, o sistema educacional, hoje majoritário, não enxerga tais possibilidades e acredita ser essencial o depósito de conteúdos na mente dos aprendizes, ou seja, apenas a transmissão do conhecimento. Segundo Paulo Freire, todos os educadores deveriam ter em mente:
“Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.” (FREIRE, p.47)
É possível aprender matemática, história, geografia e tantas outras disciplinas através do rádio, de forma lúdica e significativa. Por quê não aprender determinado assunto de Biologia através de uma música? Por quê não realizar uma entrevista com um historiador, contendo inúmeros questionamentos de estudantes, e transmití-la na rádio da escola? Por quê não deixar tocar programas de rádio que tenham relação com o contexto de aprendizagem do aluno ou até mesmo programas construídos pelos mesmos? Por quê não contactar alguma personalidade política para que esta seja entrevistada pelos jovens, fazendo com que eles entendam um pouco mais sobre a realidade em que estão inseridos? Essas e outras formas diferentes do que os alunos estão acostumados a vivenciar, podem fazer com que questões importantes sejam internalizadas por eles.
Até inconscientemente, a construção da cidadania vai se solidificando. Forma-se cidadãos críticos e reflexivos, acostumados em expor e defender pensamentos e opiniões.
“As crianças envolvidas neste processo de educação para o meio e pelo meio não têm consciência clara do conceito de cidadania, mas desenvolvem a partir dos exercícios, uma forte visão de justiça social e de participação para inserção no poder instituído.” (GONÇALVES, AZEVEDO, p.4)
De acordo com as análises do Projeto Rádio na Escola, percebe-se que Com a exploração do rádio no processo educativo, educadores e educandos terão a oportunidade de planejarem e realizarem, juntos, uma significativa atividade social, ao disseminar cultura, ampliar horizontes, construir conhecimentos, se expressar e se comunicar, enfim, de ter voz e dar voz à comunidade onde a escola insere-se e é reconhecida.
A Rádio Faced, instituída na Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (UFBA), é uma rádio web e constitui-se como um elemento transformador do processo educativo na faculdade. Para que o caminhar do educando seja mais pleno, deve existir uma integração do mesmo com a comunidade a qual faz parte e a Rádio Faced tem como objetivo a socialização e integração do sujeito com os demais membros do grupo social. Ou seja, é um ponto de encontro para a participação de todos. Ela conta com o apoio de voluntários e de bolsistas vinculados ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) e financiados pelo Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Essas pessoas, em consonância com a proposta da rádio, de criar um espaço democrático e participativo para a comunidade escolar, auxiliam qualquer um que queira deixar a sua mensagem, que pode ser através de vinhetas, entrevistas, palestras, crônicas, músicas, defesa de uma tese de doutorado, etc.
A Rádio Faced possui alguns programas que valorizam a cultura local e as produções de membros sociais. Há o programa “Diversidades” e o “Vertigens”. O primeiro aborda o movimento cultural alternativo de Salvador, homenageando e proporcionando o conhecimento dos costumes locais e criando uma identificação dos ouvintes com as matérias. Já o segundo, é um espaço aberto para toda forma de expressão. É uma oportunidade para a publicação/apresentação de um trabalho, projeto ou texto.
Ela traz, enraizada, um novo modelo educacional, mais participativo e lúdico, colocando o estudante e os demais membros da faculdade como produtores criativos do conhecimento e, a partir do momento em que aluno sente-se peça fundamental para o andamento da aprendizagem, o conhecimento é internalizado de forma mais prazerosa e significativa. Além disso, ao construir uma mensagem radiofônica, seja da forma que for, ele sente-se livre, desenvolve habilidades e constrói um discurso próprio, aumentando a sua auto-estima. Como se pode observar no programa “Vertigens”, não há censuras para o que será publicado, o que torna a rádio estimuladora de pesquisas e trocas de experiências escolares e extra-escolares.
A maioria dos professores parece ainda não perceber a real importância da utilização do rádio no processo pedagógico e não exercem o papel que deveriam em tal processo. Muitos desconhecem as possibilidades oferecidas pelo rádio e não o utiliza como espaço de produção para os estudantes, que poderiam criar vinhetas, apresentar/publicar trabalhos e pesquisas, etc. Na Faculdade de Educação da UFBA há educadores e educandos que desconhecem a existência da rádio universitária e, se conhecem, não sabem elaborar planos de utilização da mesma na construção do conhecimento. Demasiados alunos só passam a conhecê-la depois que cursam a matéria obrigatória do curso de Pedagogia da Faced: Educação e Tecnologias Contemporâneas. Vale ressaltar que nas outras disciplinas nem se ouve falar em Rádio Faced.
Enfim, conclui-se que o rádio pode ser espaço de comunicação e produção escolar e, para isso, precisa envolver a comunidade e tentar estimulá-la, ao máximo, a participar. Demasiados alunos da Faculdade de Educação ainda não têm consciência do valor e importância da Rádio Faced no processo de graduação. O alunado do curso de Pedagogia, principalmente, deveria se engajar nas programações da rádio, não dependendo de professores para tal atividade, pois tal participação enriqueceria a sua formação universitária, sendo um passo importante para enxergar que uma nova forma de educação, mais criativa e significativa, pode substituir o modelo tradicional que quase nada ensina aos alunos.






Referências Bibliográficas:

CORTELAZZO, Iolanda. Pedagogia e as novas tecnologias. FFCHLA - Curso de Pedagogia e Programa de Pós- Graduação em Educação, Mestrado em Educação. s/d. Disponível em: . Acesso em 2 nov.2007.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa, São Paulo: Paz e Terra, 1996.

GONÇALVES, Elizabeth Moraes, AZEVEDO Adriana Barroso de. Rádio na escola como instrumento de cidadania: Uma análise do discurso da criança envolvida no processo. Revista Acadêmica do grupo Comunicacional de são Bernardo, Ano 1, n.2, 2004. Disponível em: . Acesso em 29 out.2007.

Projeto Rádio na Escola. ETI. UFRGS-RS. Disponível em: <http://demogimirim.edunet.sp.gov.br/Nucleo%20Informatica/ProjetoRadio.doc>Acesso em 2 nov.2007.

Rádio Faced. Disponível em . Acesso em 10 nov.2007.

[1] Estudante de Pedagogia, cursando o 4º semestre na Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Aula do dia 26 de Novembro

Na aula de hoje tivemos tempo integral para correr atrás do prejuízo... Hehehehe! Brincadeiras a parte, tivemos tempo para fazer algumas coisas pendentes no moodle e no blog! Espero que na próxima aula, a última, dê tudo certo! Boa sorte para todos!!

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Aula do dia 12/11

As equipes de TV e Rádio finalizaram a jornada de apresentações da disciplina.
Novamente, um debate reflexivo foi travado entre toda a turma, facilitando a aprendizagem e a formação de opiniões em nossas cabeças...
devemos enxergar o uso das mídias no processo educacional, não como um recurso ou instrumento ou ferramenta, mas sim como algo que chega para tranformar a realidade do espaço de ensino-aprendizagem. Segundo Bonila, como excelentes "desencadeadores estruturantes" na educação. Ela ainda nos alertou de que, sempre que pensarmos em educação, devemos pensar em subversão. Ou seja, devemos atentar para a não reprodução de um modelo de ensino tradicional e tacanha, que não chama/instiga o educando para ser produtor de conhecimento. E isso é muito importante na construção de cidadãos críticos e livres, capazes de lutarem por seus direitos e pelo o que consideram correto. Na medida em que o educando torna-se agente na construção do conhecimento, ele aumenta a sua auto-estima e constrói um discurso próprio. Ele também sente-se estimulado a pesquisar e trocar experiências com os outros protagonistas do processo ensino-aprendizagem, como pais, colegas e educadores.
Vale a pena refletir...

Auto-avaliação (Equipe de Rádio)

A auto-avaliação refere-se ao meu desempenho na produção das vinhetas, realizada em equipe.
Creio que dei o máximo de mim nesse trabalho e ajudei na produção das vinhetas, tanto nas composições, como nas gravações das mesmas.
Enfim, acho que a união da equipe, uma componente dando força para a outra e revezando os dias de trabalho, já que muitos dias não eram compatíveis para todas ao mesmo tempo, deu resultado a um bom trabalho.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

05/11 - Começo das apresentações dos seminários

Hoje os grupos de Impressos e Internet se apresentaram e foi bem legal! As apresentações não foram do jeito mais comum que estamos acostumados a ver. Como professora Bonilla pediu, os seminários ocorreram de forma interativa com a turma e o "grupão" opinou bastante, fazendo válidas discussões. É uma pena ter tempo estabelecido para os seminários, pois senti que todos queriam discutir mais... Entretanto, na última apresentação, a da equipe de Internet, observei que a turma já estava um pouco cansada e preocupada com o horário... Eu mesma, não vou negar, estava!!!
Para mim, o ponto forte do seminário de Impressos foi as reflexões em relação ao livro didático! Valeu muito a pena!
Enfim, ficou bem claro para mim que os impressos e a internet podem e devem ser usados como recursos para a educação, tanto formal, quanto não-formal. Ós educadores podem dar aulas muito mais dinâmicas e significativas para os educandos e as novas (ou velhas!!!) tecnologias têm uma função extremamente importante nesse caminho.
Na próxima aula, já é minha apresentação: Rádio! É bom lembrar que a aula irá começar às 8 horas!

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

29/10 - ORGANIZAÇÃO DO SEMINÁRIO: RÁDIO E EDUCAÇÃO

Hoje tivemos tempo integral para a organização dos seminários, que já começam na próxima semana.
Minha equipe, cujo tema é Rádio e Educação, decidiu abordar o assunto seguindo os seguintes passos:
1- Sobre o rádio: suas vantagens;
2- A importância do rádio no processo educativo;
3- Políticas Públicas envolvendo o Rádio - projetos;

APROFUNDANDO....

Ao discutirmos sobre as vantagens do uso do rádio na difusão de informações, enfatizaremos questões, como:
- O rádio é um instrumento de comunicação bastante rápido e que atinge quase toda a população de uma detrminada área geográfica;
- Para compreender o conteúdo transmitido pelo mesmo, ao contrário do que ocorre com jornais, revistas, internet, não é preciso ser alfabetizado; também não é preciso ter um computador em casa (recurso tecnológico muito mais caro do que um simples aparelho de som); a partir disso, percebe-se que o rádio atinge as camadas mais baixas e sua informação é compreendida mais facilmente pelas pessoas, já que sempre utiliza um linguajar mais simples e enxuto, parecido com que usamos no nosso cotidiano, ao contrário das mídias escritas. Além disso, o rádio tem uma facilidade de acesso enorme - na maioria do lugares que se vai hoje, há uma caixa de som "tagarelando".

E qual a importância do rádio na Educação?
O rádio, apesar de relativamente antigo, comparado com os mais novos meios de comunicação, ainda não tem sido aproveitado positivamente na rede educativa. Contudo, ele é um instrumento rico em possiblidades pedagógicas e de grande abrangência, pois atinge variadas camadas da população. Com a exploração do rádio no processo educativo, educadores e educandos terão a oportunidade de planejarem e realizarem, juntos, uma significativa atividade social, ao disseminar cultura, ampliar horizontes, construir conhecimentos, se expressar e se comunicar, enfim, de ter voz e dá voz à comunidade onde a escola insere-se e é reconhecida. (Texto adaptado do Projeto rádio na Escola - UFRGS/ RS).
OBS: esse Projeto é muito interessante e merece visita, já que traz outras informações que poderão enriquecer o trabalho do nosso grupo. É só colocar no google!

Ao discutirmos as políticas públicas, poderemos encrementar informações sobre a utilidade do rádio no processo educativo.

Nosso trabalho também será embasado no programa "Radio Escola", disponibilizado no moodle, na parte de políticas públicas para educação e tecnologia.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Aula do dia 22 de Outubro

Faltei aula passada e perdi a discussão sobre alguns conceitos, entretanto, hoje também ocorreram esclarecimentos sobre os que restavam. Para mim foi super proveitoso, pois abriu minha mente e passei a entendê-los de outra forma, sob um novo olhar.
Discutimos sobre interatividade, interface, inteligência artificial, rede e cibercultura e virtualidade. Pesquisei, aula retrasada, sobre cibercultura e creio que faltou acrescentar alguns detalhes na minha definição sobre o que é a mesma... Cibercultura é uma forma diferente de vivência, envolvendo outros costumes, novas formas de interatividade, aprendizagens, comunicação... Enfim, é realmente uma nova cultura que surge e, como aprendi desde pequena, não podemos sobrepor uma cultura a outra, mas sim respeitar e não julgar as outras culturas que não são a nossa.
Percebi que todos os conceitos estão articulados e surgem no contexto digital.
A discussão ocorreu de forma natural e prazerosa... Ao debatermos sobre o conceito de interatividade, discutimos, mais uma vez, sobre a importância do estudante ser atento, crítico, questionador e participativo em sala... E, o mais legal, foi o estímulo da professora Bonilla em relação a isso... Afinal, a escola de hoje não tem essa postura; Pelo contrário... O professor considera-se o detentor do saber, não estimulando discussões participativas em classe, ou seja, inibindo a interatividade e promovendo apenas a interação.
O final da aula foi destinado a organização do seminário e do artigo.